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Como a Juventude Indígena tem se comportado mediante suas origens

A segunda edição do Acampamento Inclusivo terá em sua sua programação uma mesa de debates sobre a Juventude Indígena, com os jovens indígenas Thierry Padilha e Yarubedzé Kariri  e será  mediada por Angela Potiguara, no dia 13 de dezembro, a partir das 9 horas, na aldeia do Alto do Tambá, em Baía da Traição.

 

A juventude é o futuro das suas  etnias e dela nascem os novos pajés, caciques e capitães. Mas como tem sido o comportamento dos jovens indígenas mediante as suas origens e que  têm feito para manter a fidelidade desta cultura até mesmo aqueles que se encontram não aldeados. Do poder que tem a escola para essa construção dos jovens e do engajamento no movimento, para um maior empoderamento para aquilo que são e serão futuramente.

 

Para Thierry Padilha que  é professor da Língua Tupi do município de Baia da Traição e integrante do movimento da juventude indígena Potiguara(OJIP), os jovens indígenas não estão e nem querem ficar presos ao passado. O passado serve de alicerce para que esta geração se perpetue, cultivando os costumes, as tradições e a cultura como um todo. 

 

“Um povo sem cultura é um povo sem identidade. O conhecimento indígena é uma ação coletiva. Uma ação pelo povo”, declarou Thierry. Ele disse que acredita no conhecimento da base. São as crianças o que aprendem em suas casas, com suas famílias, na escola e tudo isto precisa funcionar como espelhos para essa geração, pois ao crescerem eles terão conteúdos e ficarão engajados para cultivar a cultura de seu povo.

 

Thierry ressaltou “que a nossa juventude venha de fato continuar existindo e ela vai partir da base, que são as crianças, os menores, independente da idade. Um dia eles serão a juventude. Hoje somos nós. E a eles caberá a responsabilidade futura para manutenção da nossa cultura. Devemos trabalhar esse processo cultural, esse processo de construção da identidade indígena. Nossa cultura é nossa base, é a nossa essência”.

 

Para Yarubedzé Kariri  existe um processo de genocídio e  apagamento histórico orquestrado pelo colono capitalismo. Dentro desse processo e após longos 523 anos dolorosos para o planeta e os povos originários, nós de uma juventude ancestral que foi obrigada a nascer no concreto, percebemos e atuamos politicamente, com articulação, formação, artisticamente... através das mídias sociais, mas é sabido que nem todes tem acesso aos melhores materiais para atuar, ou cursos de formação ou até mesmo um celular minimamente acessível. Nesse sentido, Yarubedzé Kariri acrescenta, “compreendemos que a inclusão digital é fundamental desde que ela não implique em uma aceitação a um modo de vida que não condiz e não respeita a nossa ancestralidade. A inclusão deve ser feita conosco e para nós”.i

 

Thierry Padilha-é formado em serviço social, professor da língua materna Tupi e também membro da Organização dos jovens indígenas Potiguara (Ojip).

Yarubedzé Kariri- Filha do Sete Estrelo, originária de Pindorama, indígena do Povo Kariri, nascida em Pedras de Fogo/Itambé - PB/PE em 19 de maio de 1995, tem uma vida inteira dedicada à eskrita, à músika, as artes, á cultura y a busca por Justiça social y reparação histórica, descolonização y reflorestamento de Pindorama, demarkação de terras y liberdade de existir. Filha de professores, historiadores, amantes da história y da literatura. A kaminhada nas artes é ancestral. Eskreve, kanta y dança desde a primeira infância, guiada pela força y inspiração ancestral y enkantada. Kriada pelo som da natureza, filha da Jurema Sagrada, expressa sua essência y de seus ancestrais através da sua magia. É eskritora, artesã, kantadora, oraculista, mestra reiki, rezadeira, kurandeira, assistente social, exímia kozinheira, y agora adentrando o mundo do cinema y audiovisual também komo ferramenta de luta política; apaixonada em nutrir y kurar através dos elementos da natureza, kanta pela existência, resistência, reexistência, de seu povo y pela demarcação dos territórios indígenas de todos os povos originários de Pindorama, pela kura da humanidade y do planeta! Komunikadora atuante da AME - Aliança Multiétnica da Parahyba y da AFIKA - Associação de Famílias Indígenas Kariri da Parahyba.

 

 

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